sábado, 23 de agosto de 2014
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Para se aprofundar mais em Insurreição Pernambucana
A Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da ocupação
holandesa na região Nordeste do Brasil, em meados do século XVII. Ela
representou uma ação de confronto com os holandeses por parte dos portugueses,
comandados principalmente por João Fernandes Vieira, um próspero senhor de
engenho de Pernambuco. Nessa luta contra os holandeses, os portugueses contaram
com o importante auxílio de alguns africanos libertos e também de índios
potiguares.
A oposição dos
portugueses aos holandeses ocorreu em decorrência da intensificação da cobrança
de impostos e também da cobrança dos empréstimos realizados pelos senhores de
engenho de origem portuguesa com os banqueiros holandeses e com a Companhia das
Índias Ocidentais, empresa que administrava as possessões holandesas fora da
Europa.
Outro fato que
acirrou a rivalidade entre portugueses e holandeses foi a questão religiosa.
Boa parte dos holandeses que estava na região de Recife e Olinda era formada
por judeus ou protestantes. Nesse contexto religioso que trazia as
consequências da Reforma e da Contrarreforma para solo americano, o catolicismo
professado pelos portugueses era mais um elemento de estímulo para expulsar os
holandeses do local.
Os conflitos
iniciaram-se em maio de 1645, após o regresso de Maurício de Nassau à Holanda.
As tropas comandadas por João Fernandes Vieira receberam o apoio de Antônio
Felipe Camarão, índio potiguar conhecido como Poti que auxiliou no combate aos
holandeses junto a centenas de índios sob seu comando. Outro auxílio recebido
veio do africano liberto Henrique Dias. A Batalha do Monte Tabocas foi o
principal enfrentamento ocorrido nesse início da Insurreição. Os portugueses
conseguiram infligir uma retumbante derrota aos holandeses, garantindo uma
elevação da moral para a continuidade dos conflitos. Além disso, os insurrectos
receberam apoio de tropas vindas principalmente da Bahia.
Outro
componente envolvido na Insurreição Pernambucana estava ligado às disputas que
havia entre vários países europeus à época. Durante a Guerra dos Trinta Anos
(1618-1648), os espanhóis estavam em confronto com os holandeses pelos
territórios dos Países Baixos. Era ainda o período da União Ibérica, em que o
Reino Português estava subjugado ao Reino Espanhol.
Nesse sentido,
a posição holandesa em relação a Portugal era dúbia. Em solo europeu, os
holandeses apoiavam os portugueses contra o domínio espanhol, mas, ao mesmo
tempo, ocupavam territórios portugueses na África Ocidental e no Brasil, sendo
que além da região pernambucana, os holandeses tentaram ainda conquistar
algumas localidades no Maranhão e em Sergipe.
No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz, e os
espanhóis aceitaram entregar aos holandeses as terras tomadas pelos insurrectos
portugueses em Pernambuco. Frente a tal situação, o conflito continuou. Em
Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes, em que os holandeses
sofreram dura derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do domínio
português a partir de 1654.
Para se aprofundar mais em Conjuração Fluminense
Assim como na Inconfidência Mineira, a Conjuração
Fluminense (ou conjuração carioca ou conjuração do Rio de Janeiro) criticava a
monarquia, a dependência do Brasil frente a Portugal e defendia a sua
emancipação. A conjuração fluminense tinha clara afinidade com os ideais
iluministas, sendo inclusive acusados de objetivarem um país dependente não de
Portugal, mas sim da França napoleônica.
Esse
movimento, constituído no Rio de Janeiro, formou a Sociedade Literária.
Inicialmente, essa sociedade debatia assuntos culturais e científicos. Dentre
os temas debatidos, estavam a análise da Água , os danos causados pelo
alcoolismo e, em 1787, a observação do eclipse lunar. Essa sociedade, aos
poucos, foi sendo constituída por intelectuais que debatiam os
ideais iluministas. Um dos integrantes, Mariano José Pereira da Fonseca, foi
acusado de ter uma obra de Jean Jacques Rousseau – depois, Mariano defendeu a
independência e tornou-se marquês de Maricá.
Contudo, na vida, de vez em
quando, aparece um dedo duro. No caso da Conjuração Fluminense, a coisa não foi
diferente: Após dedurarem o movimento, os envolvidos foram presos por um
pequeno período – após instaurarem a Devassa, não localizaram nenhuma prova
concreta de subversão aos valores monárquicos. No movimento, a principal causa
defendida estava em torno da liberdade de pensamento e o racionalismo, típicos
do iluminismo.
Para se aprofundar mais em Inconfidência Mineira
O
que foi
A
Conjuração Mineira, também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um
movimento de caráter separatista, ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789, cujo
principal objetivo era libertar o Brasil do domínio português. O lema da
Conjuração Mineira era “Liberdade, ainda que tardia”.
Principais integrantes da Conjuração Mineira (inconfidentes):
-
Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) – alferes, minerador e tropeiro
-
Claudio Manuel da Costa – poeta
-
Inácio José de Alvarenga Peixoto – advogado
-
Tomás Antônio Gonzaga – poeta
-
Francisco de Paula Freire de Andrade – coronel
-
Carlos Correia – padre
-
Oliveira Rolim – padre
-
Francisco Antônio de Oliveira Lopes - coronel
Principais causas:
-
Exploração política e econômica exercida por Portugal sobre sua principal
colônia, o Brasil;
-
Derrama: caso uma região não conseguisse pagar 1500 quilos de ouro para
Portugal, soldados entravam nas casas das pessoas para pegar bens até completar
o valor devido;
-
A proibição da instalação de manufaturas no Brasil.
Objetivos principais:
-
Obter a independência do Brasil em relação a Portugal;
-
Implantar uma República no Brasil;
-
Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no Brasil;
-
Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica.
A Questão da Escravidão
Não
havia consenso com relação à libertação dos escravos. Alguns inconfidentes,
entre eles Tiradentes, eram favoráveis à abolição da escravidão, enquanto
outros eram contrários e queriam a independência sem transformações sociais de
grande impacto.
O fim da Conjuração Mineira
O
movimento foi delatado por Joaquim Silvério dos Reis ao governador da
província, em troca do perdão de suas dívidas com o governo. Os inconfidentes
foram presos e condenados. Enquanto Tiradentes foi enforcado e teve seu corpo
esquartejado, os outros foram exilados na África.
Para se aprofundar mais em Conjuração Baiana
O que foi
Também conhecida como Revolta dos
Alfaiates, a Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular
ocorrida na Bahia em 1798. Teve uma importante influência dos ideais da
Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças
sociais e políticas na sociedade.
Causas
- Insatisfação popular com o elevado
preço cobrado pelos produtos essenciais e alimentos. Além disso, reclamavam da
carência de determinados alimentos.
- Forte insatisfação com o domínio de
Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários
setores da sociedade baiana.
Objetivos
- Defendiam a emancipação política do
Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal;
- Defendiam a implantação da República;
- Liberdade comercial no mercado interno
e também com o exterior;
- Liberdade e igualdade entre as pessoas.
Portanto eram favoráveis à abolição dos privilégios sociais e também da
escravidão;
- Aumento de salários para os soldados.
Líderes
- Um dos principais líderes foi o médico,
político e filósofo baiano Cipriano Barata.
- Outra importante liderança, que atuou
muito na divulgação das ideias do movimento, foi o soldado Luís Gonzaga das
Virgens.
- Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos
Lira e João de Deus do Nascimento.
Quem participou
- O movimento contou com a participação
de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, escravos e
ex-escravos.
A Revolta
A revolta estava marcada, porém um dos
integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o movimento para o
governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria.
O governo baiano organizou as forças
militares para debelar o movimento antes que a revolta ocorresse. Vários
revoltosos foram presos. Muitos foram expulsos do Brasil, porém quatro foram
executados na Praça da Piedade em Salvador.
Você sabia?
- A Conjuração Baiana é também chamada de
Revolta dos Alfaiates, pois muitos destes profissionais participaram do
movimento.
Conjuração em verso e prosa
Romanceiro da Inconfidência
’’Através de grossas portas,
Sentem-se luzes acesas,
- e há indagações minunciosas
dentro das casas fronteiras
‘Que estão fazendo, tão tarde?
Que escrevem, conversam, pensam?
Mostram livros proibidos?
Leem notícias nas gazetas?
Terão recebido cartas
de potências estrangeiras?(...)
Ó vitórias, festas, flores
das lutas da independência
Liberdade – essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!’’
MEIRELES,
Cecília.Romance XXIV ou da bandeira da Inconfidência.
Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.p. 108.
Para saber mais - O quinto e a derrama.
Ciclo do ouro –
Extração de diamantes, aquarela de Carlos Julião, c. 1776.
No final do século XVII, inicia o declínio da exportação do açúcar pelo Brasil e inicia o ciclo do ouro. Nessa época a Europa se voltou para si onde poderiam consumir um açúcar mais barato e com qualidade excelente.
O ciclo de ouro se chama assim, pois no Brasil iniciou a
extração e exportação de ouro e se tornou responsável por manter nossa economia
na fase colonial do país. Vendo que o açúcar já não estava sendo visado assim
mais pelos europeus, buscando novas maneiras de se extrair riquezas do Brasil,
Portugal iniciou as extrações de ouro dentro de sua colônia.
Claro que para isso eram necessários equipamentos,
obtenção de terrenos férteis e mão de obra barata, consequentemente, essa
atividade foi controlada pelos proprietários rurais mais renomados da época.
A obtenção do lucro para Portugal ia através do quinto do que era extraído de ouro no Brasil. O quinto nada mais era do que a retenção 20% do
ouro levados às Casas de Fundição, que pertenciam à Coroa
Portuguesa. O nome do imposto (taxa cambial) ficou como “quinto” e a
fundação de “Casas de Intendência” fiscalizava e controlava tudo o que saía e
tudo o que entrava.
Portugal, também requeria a derrama, um novo imposto cobrado
para complementar os débitos que os mineradores acumulavam junto à Coroa
Portuguesa.
Fonte: http://www.historiabrasileira.com/brasil-colonia/o-quinto-e-a-derrama/
(adaptada gramaticalmente)
Curiosidades - A devassa (Inconfidência Mineira)
Inconfidentes presos e levados a julgamento. |
Nos últimos meses de 1788, os
sublevados esperavam o lançamento da derrama pelo Visconde de Barbacena. No
entanto, a cobrança dos impostos atrasados não foi executada, e os planos dos
revoltosos foram interrompidos. Entre fevereiro e março do ano seguinte, o governador
criou uma situação de terror na capitania ao convocar algumas pessoas a
comparecer à Junta da Real Fazenda a fim de efetuar os pagamentos atrasados.
Entre essas pessoas estavam Joaquim Silvério
dos Reis, que aceitou denunciar os companheiros em troca do perdão de sua
dívida e um prêmio pela sua lealdade à Coroa. Onze dos culpados foram sentenciados
à morte, mas apenas Tiradentes foi executado e esquartejado. Seus restos
mortais foram expostos pela região como uma forma de punição exemplar ao restante
da população. Os demais condenados tiveram suas sentenças comutadas pela “Real
Piedade” e “Real Clemência” de d. Maria I, rainha de Portugal, por penas de
degredo perpétuo para a África.
Fonte: Livro - História: das cavernas
ao terceiro milênio, capítulo 27 (O processo de independência da America
portuguesa), p. 334 e 335.
Curiosidades - Tiradentes.
Tiradentes esquartejado, pintura
de Pedro Américo de Figueredo e Melo, 1893.
|
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi o único conspirador da Inconfidência Mineira condenado à morte pelo Estado português, que com sua punição exemplar procurava desencorajar qualquer revolta contra o regime colonial. Tornou-se mártir da Independência e da República.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
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